Áreas de atuação

Nutrição e a Doença Renal Crônica

Doença renal crônica (DRC) consiste na redução lenta e progressiva da função renal, até a necessidade de diálise ou transplante.

A nutrição tem papel fundamental na prevenção e tratamento da DRC, sendo que a dieta adequada ajuda a proteger o rim, além de retardar a progressão da doença renal durante o tratamento conservador (fase não dialítica), adiando a necessidade de diálise. Na fase não dialítica a dieta também auxilia na redução dos sintomas urêmicos (náuseas, fraqueza, redução do apetite, alteração do paladar), manutenção ou melhora do estado nutricional, e controle dos exames bioquímicos (ureia, potássio, entre muitos outros).

Ao iniciar o tratamento dialítico, a ingestão de proteína deve ser aumentada, enquanto parâmetros nutricionais e o controle da ingestão hídrica, dos níveis de fósforo e potássio, e de muitos outros exames séricos devem ser acompanhados de perto pelo nutricionista.

Portanto, todo paciente com tendência a DRC ou aqueles que já se encontram com a função renal comprometida, estando em fase dialítica ou não, devem fazer acompanhamento com um nutricionista especializado.

Nutrição e os Distúrbios de Humor

Inúmeras pesquisas apontam que a alimentação influencia diretamente em nosso humor, e por ser tão importante para saúde mental, inspirou o surgimento de um novo campo da medicina denominado Psiquiatria Nutricional.

Em dois artigos do nosso grupo de pesquisa da UNIFESP/EPM, publicados nas revistas Scientific Reports (Naufel et al., 2021) e Menopause (Naufel et al., 2019), constatamos que, além da obesidade total, obesidade abdominal, avançar da idade e resistência à insulina influenciarem de forma expressiva em distúrbios de humor, hormônios do apetite como a leptina e a grelina se mostraram fortes preditores de ansiedade e depressão.

Pesquisadores estão cada vez mais convencidos da expressiva influência que a alimentação exerce em nosso humor. Assim, o controle do peso, da ingestão calórica, e a preferência por alimentos apropriados, saudáveis e in natura, devem fazer parte de nossa rotina para melhorar dentre vários fatores, o humor. Para isso, o acompanhamento nutricional especializado para adequação e individualização da dieta, é fundamental.

Alimentação X Depressão

Deficiências nutricionais comumente encontradas em pacientes com depressão incluem a de ômega-3, de vitaminas do complexo B, de alguns minerais e de aminoácidos. A dieta equilibrada, contendo quantidades adequadas de macronutrientes, vitaminas e minerais é a ideal no combate à depressão, enquanto dietas excessivamente restritivas em calorias ou que excluem algum dos macronutrientes, são nocivas para a saúde mental.

Dicas nutricionais no combate à depressão

Realizar pequenas refeições várias vezes ao dia

Consumir frutas, verduras e legumes diariamente

Consumir quantidades balanceadas de lipídios (principalmente de ômega-3)

Prefira os cereais 100% integrais

Incluir ao menos um alimento fonte de proteína magra em todas as refeições

Evite o consumo de carnes gordas, carnes processadas, açúcar, doces e alimentos ultraprocessados

Controle o consumo de calorias e pratique exercícios físico

Beba bastante água (2 litros por dia ou mais)

Procure um profissional nutricionista para avaliar suas reais necessidades nutricionais

Alimentação X Ansiedade

O importante papel da dieta no controle da ansiedade é normalmente negligenciado pelos profissionais da saúde. A adequação da dieta vai muito além das orientações básicas de preferir dietas equilibradas, ingerir quantidade suficiente de água e limitar o consumo de bebidas alcoólicas e cafeína. Existem muitas outras considerações que também são importantes.

Dicas importantes no controle da ansiedade

Tenha uma alimentação saudável e variada, dando preferência aos alimentos minimamente processados

Prefira alimentos de baixo índice glicêmico

Abuse de alimentos e especiarias ricas em antioxidantes (como açafrão da terra, gengibre, canela, pimenta do reino e orégano)

Mantenha sua microbiota saudável

Evite alimentos ultraprocessados e os de alto índice glicêmico

Evite bebidas alcoólicas e cafeína em excesso

Consuma quantidades adequadas de água

Evite o sobrepeso e a obesidade

Pratique exercícios físicos

Pratique meditação

Procure um médico para o tratamento adequado do TAG

Procure um nutricionista para a adequação da sua dieta

Obesidade e Ansiedade e Depressão

Em estudo do nosso grupo de pesquisa da UNIFESP (Naufel et al, 2019), publicado por importante revista científica internacional, mostramos que a obesidade abdominal e o excesso de gordura corporal estão intimamente associados com a piora da saúde mental. Assim, o controle do peso e da porcentagem de gordura do corpo também são fatores importantes para a manutenção do bom humor!

Nutrição e Distúrbios do Sono

O sono adequado é fundamental para a regulação do corpo em qualquer idade. Quando insuficiente, tanto em quantidade quanto em qualidade, eleva as chances de se adquirir doenças crônicas, levando ao aumento da mortalidade.

A estimativa em 2019 era que um terço da população mundial apresentava algum distúrbio do sono. Com a pandemia mundial de COVID-19, estes valores aumentaram consideravelmente.

Considerando os muitos efeitos colaterais dos medicamentos utilizados para melhora do sono, tratamentos não medicamentosos e práticas complementares como terapia nutricional, tem sido proposto como alternativa saudável na promoção de um sono de qualidade.

Dieta X Sono

Pesquisas associam a dieta saudável com sono adequado tanto em quantidade quanto em qualidade, enquanto indivíduos que consomem excesso de ultraprocessados, carboidratos refinados, gorduras saturadas, ou que praticam dietas excessivamente restritivas, e pobres em fibras, frutas e vegetais, apresentam horas diminuídas e qualidade inferior do sono.

Triptofano e Melatonina

O triptofano é o aminoácido essencial precursor não só da serotonina como também da melatonina (conhecida como “hormônio do sono”). Uma dieta adequada em triptofano é fundamental para a produção regular de serotonina e melatonina e consequentemente, para um sono saudável.

A melatonina também é encontrada em muitos alimentos, e em estudo recente e inédito do nosso grupo da UNIFESP, observamos que o consumo destes alimentos tem o potencial de aumentar níveis de melatonina em nosso corpo e melhorar a qualidade do sono.

Outros alimentos aliados ao sono

Existem outros alimentos que também favorecem o sono por serem considerados relaxantes e indutores do sono. Entre eles podemos citar: frutas vermelhas (cereja, mirtilo, framboesa, amora), kiwi, maracujá, alface, leite, chás (melissa, valeriana, passiflora, maracujá), alimentos antioxidantes, entre outros.

Além disso, manter a microbiota intestinal saudável é também fundamental.

Obesidade X Sono

Por inúmeros motivos, quem dorme mal tem maior tendência à obesidade. Em contrapartida, a obesidade também influencia diretamente na piora da qualidade do sono. Em estudo do meu doutorado (Naufel et al, 2018), observamos que peso elevado e obesidade abdominal, além de aumentarem o risco de apneia em até 60%, reduzem significantemente o sono profundo e a eficiência do sono. Assim, o combate à obesidade total e abdominal são essenciais para prevenção e tratamento de distúrbios do sono.

Importante ressaltar que a perda de peso é uma das principais condutas no tratamento da apneia obstrutiva do sono. Portanto, o acompanhamento nutricional e a adequação e individualização da dieta são fundamentais na prevenção e tratamento de distúrbios do sono.

higiene do sono (dicas para um sono de qualidade)

A última refeição deve acontecer 2 a 3 horas antes de se deitar

Prefira pratos leves à noite

Evite ingerir cafeína como chás estimulantes, café ou refrigerantes à noite

Reduza o consumo de líquidos à noite e evite qualquer líquido 1 hora antes de dormir

Evite bebidas alcoólicas antes de se deitar

Realize atividade física regularmente, porém, evite-as após as 18h

Procure realizar atividades relaxantes após as 18h

O quarto deve estar escuro, a cama e travesseiro devem ser confortáveis

Evite TV, tablets e celulares no quarto, já que estes inibem a produção de melatonina

Tome um banho morno e vá ao banheiro antes de se deitar

Peça que as pessoas da sua casa evitem barulho à noite

Mantenha uma rotina com horários pré-estabelecidos para dormir e para acordar

Deixe os problemas para o dia seguinte e....

BOA NOITE!!!

Nutrição e a Pós-Menopausa

Apesar de fazer parte de um ciclo vital feminino, a pós-menopausa torna-se singular diante da especificidade dos sintomas vivenciados e suas consequências físicas, psíquicas e sociais.

Além de constatar maiores índices de depressão e ansiedade, outros resultados observados por nosso grupo de pesquisa da UNIFESP incluem maior prevalência de obesidade total e abdominal (Naufel et al, 2018).

Desta forma, o acompanhamento nutricional se faz necessário para auxiliar no controle de peso, no combate a distúrbios mentais, na prevenção ou tratamento de distúrbios ósseos e de doenças crônicas (diabetes, hipertensão, dislipidemia, entre outros), no controle de sintomas menopausais como fogacho, entre muitos outros fatores que podem acompanhar as mulheres na terceira idade.

O acompanhamento nutricional contínuo e individualizado ajuda na melhora da qualidade de vida e no aumento da expectativa de vida de mulheres na pós-menopausa.

Fique atento!

Um dos grandes problemas da área de nutrição nos dias de hoje é a quantidade exagerada de informações equivocadas que encontramos na internet e redes sociais. Muitas destas informações são divulgadas por pessoas que não são profissionais da área.

Em um artigo científico sobre esse assunto, no qual fui revisora, os autores pesquisaram a influência negativa que a fake news nutricional exerce sobre a população Italiana. Este e outros estudos vêm mostrando que principalmente os adolescentes e pessoas com autoestima diminuída tendem a acreditar em dietas, produtos, alimentos e suplementos milagrosos, e não procuram um profissional competente no assunto. O resultado é normalmente a piora do quadro.

Portanto, para falar de nutrição, procure um NUTRICIONISTA!!!

Além disso, hoje as pesquisas em nutrição estão muito avançadas e os profissionais nutricionistas vêm se especializando em áreas específicas. Assim, caso tenha uma doença crônica e/ou grave, como por exemplo a doença renal crônica, diabetes, câncer etc., procure um nutricionista especializado na sua patologia, ele vai estar bem mais preparado para conduzir o seu caso.

Referências:

1- Naufel MF et al. Preliminary evidence of acylated ghrelin association with depression severity in postmenopausal women. Sci Rep 2021;11(1):5319.

2- Naufel MF et al. Age and leptinemia association with anxiety and depression symptoms in overweight middle-aged women. Menopause 2019;26(3):1-9.

3- Pereira N, Naufel MF, Ribeiro EB, Tufik S, Hachul H. Influence of dietary sources of melatonina on sleep quality: a review. J Food Sci. 2020;85(1):5-13.

4- Naufel MF, Frange C, Andersen ML, Girão MJBC, Tufik S, Ribeiro EB, Hachul H. Association between obesity and sleep disorders in postmenopausal women. Menopause. 2018;25:139-144.

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